Tempos modernos
O horário de verão começou embolando o meu meio de campo. Nos primeiros dias sinto-me como parte do time do Dunga, dissonante, peça de Stockhausen. Depois passa, como tudo na vida, aliás como a vida. Por falar em finitude, tema recorrente em meus pensamentos, cem pessoas passaram desta para melhor nos feriados. Morreram em acidentes automobilísticos. No futuro nossa época será lembrada com espanto e admiração. Digo isso porque a cada dia acho mais imprudente dirigir. Carros em sentidos opostos somam as velocidades. No sábado eu vi o estado etílico de alguns motoristas que abandonavam a Praia Grande com latinhas de cerveja nas mãos, buzinando e infernizando o ar com as ondas sonoras do bate-estacas no último volume. Prestei especial atenção a uma picape importada, cara, cheia de ornamentos igualmente dispendiosos. Na caçamba um bando de adolescentes bêbados gritando palavrões a todo pulmão. Imagino que estavam se divertindo. Que horror!
Sidney Borges
Tudo o que vai por Ubatuba. Uma cidade diferente...
Monday, October 15, 2007
Sunday, October 14, 2007
Recordar é viver
07/08/2003 - 14h31
Ex-prefeito de Ubatuba é condenado por fraude
da Folha de S.Paulo, em São José dos Campos
A juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge, de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, condenou o ex-prefeito da cidade Euclides Luiz Vigneron (PPS), mais conhecido como Zizinho Vigneron, e o atual presidente da Câmara, Rogério Frediani (PFL), por fraude eleitoral cometida durante a campanha de 1996. Frediani era, na época, candidato a vice na mesma chapa de Zizinho. No entanto, a pena, de dois anos de reclusão, foi substituída pela pena pecuniária, que consiste no pagamento de uma multa no valor de 20 salários mínimos para cada réu, dinheiro que será destinado ao Lar do Menor. Contra a decisão, que é em primeira instância, ainda cabe recurso. Em sua sentença, a juíza afirma ter aplicado a pena mínima aos acusados porque eles são "réus primários, que não ostentam antecedentes criminais". O ex-prefeito é acusado de fraudar sua filiação ao PMN para que pudesse liderar a coligação do partido com o PPB. A aliança, na época, era considerada estratégica para vencer a eleição.
Então no PRP, Zizinho apresentou ficha de filiação ao PMN com data de dezembro de 1995, quando, segundo a acusação, ela teria sido assinada em março de 96, fora do prazo legal. Zizinho já enfrentou uma outra ação, de impugnação de mandato, pelo mesmo motivo, o que chegou a mantê-lo afastado da prefeitura por cerca de seis meses. O afastamento ocorreu em novembro de 1999, devido ao resultado de uma ação civil encaminhada ao Tribunal de Justiça pelo Ministério Público. No entanto, após ter encaminhado um recurso contra a decisão do tribunal ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), Zizinho foi reconduzido ao cargo. A Folha tentou falar ontem com Zizinho. Segundo informaram em sua casa, ele estava trabalhando e não havia como encontrá-lo. Frediani também foi procurado em seu estabelecimento comercial e por seu telefone celular, mas não foi localizado.
Ex-prefeito de Ubatuba é condenado por fraude
da Folha de S.Paulo, em São José dos Campos
A juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge, de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, condenou o ex-prefeito da cidade Euclides Luiz Vigneron (PPS), mais conhecido como Zizinho Vigneron, e o atual presidente da Câmara, Rogério Frediani (PFL), por fraude eleitoral cometida durante a campanha de 1996. Frediani era, na época, candidato a vice na mesma chapa de Zizinho. No entanto, a pena, de dois anos de reclusão, foi substituída pela pena pecuniária, que consiste no pagamento de uma multa no valor de 20 salários mínimos para cada réu, dinheiro que será destinado ao Lar do Menor. Contra a decisão, que é em primeira instância, ainda cabe recurso. Em sua sentença, a juíza afirma ter aplicado a pena mínima aos acusados porque eles são "réus primários, que não ostentam antecedentes criminais". O ex-prefeito é acusado de fraudar sua filiação ao PMN para que pudesse liderar a coligação do partido com o PPB. A aliança, na época, era considerada estratégica para vencer a eleição.
Então no PRP, Zizinho apresentou ficha de filiação ao PMN com data de dezembro de 1995, quando, segundo a acusação, ela teria sido assinada em março de 96, fora do prazo legal. Zizinho já enfrentou uma outra ação, de impugnação de mandato, pelo mesmo motivo, o que chegou a mantê-lo afastado da prefeitura por cerca de seis meses. O afastamento ocorreu em novembro de 1999, devido ao resultado de uma ação civil encaminhada ao Tribunal de Justiça pelo Ministério Público. No entanto, após ter encaminhado um recurso contra a decisão do tribunal ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), Zizinho foi reconduzido ao cargo. A Folha tentou falar ontem com Zizinho. Segundo informaram em sua casa, ele estava trabalhando e não havia como encontrá-lo. Frediani também foi procurado em seu estabelecimento comercial e por seu telefone celular, mas não foi localizado.
Espertalhões
Eles pensam que somos otários
Uma boa imagem é tudo para um homem público. Digo isto porque duas figuras presentes na mídia nos últimos vinte anos entraram em desgraça e aparecem cada vez menos, estão sumindo, sumindo e um dia sumirão de vez. Foram condenados ao ostracismo por obra de seus próprios feitos. Ou seria melhor desfeitos? Eu confesso que ambos me causavam incômodo em apenas um quesito, um mero detalhe que fez com que o incômodo se transformasse em ojeriza, em aversão, quase em ódio. A coisa chegou ao ponto de eu desligar a televisão ou o rádio ao ouvir suas vozes. Estou me referindo ao ex-ministro José Dirceu e ao rabino Henry Sobel, que cultivam um sotaque tão falso como uma nota de 13 reais. Homens públicos precisam ter muito cuidado com a imagem, um pequeno detalhe põe tudo a perder. Quem será que disse a eles que ostentar um sotaque fora do contexto é bom negócio? Desconfio que nunca imaginaram que a falsidade comprometeria o discurso, por mais consistente que fosse. Você compraria um carro usado de alguém com sotaque falso? Eu não compraria uma gravata sequer.
Sidney Borges
Uma boa imagem é tudo para um homem público. Digo isto porque duas figuras presentes na mídia nos últimos vinte anos entraram em desgraça e aparecem cada vez menos, estão sumindo, sumindo e um dia sumirão de vez. Foram condenados ao ostracismo por obra de seus próprios feitos. Ou seria melhor desfeitos? Eu confesso que ambos me causavam incômodo em apenas um quesito, um mero detalhe que fez com que o incômodo se transformasse em ojeriza, em aversão, quase em ódio. A coisa chegou ao ponto de eu desligar a televisão ou o rádio ao ouvir suas vozes. Estou me referindo ao ex-ministro José Dirceu e ao rabino Henry Sobel, que cultivam um sotaque tão falso como uma nota de 13 reais. Homens públicos precisam ter muito cuidado com a imagem, um pequeno detalhe põe tudo a perder. Quem será que disse a eles que ostentar um sotaque fora do contexto é bom negócio? Desconfio que nunca imaginaram que a falsidade comprometeria o discurso, por mais consistente que fosse. Você compraria um carro usado de alguém com sotaque falso? Eu não compraria uma gravata sequer.
Sidney Borges
Saturday, October 13, 2007
Meu amigo Che
Bolivia, 1967
Muito se falou de Che Guevara na comemoração dos quarenta anos de sua morte, ocorrida na Bolívia em nove de outubro de 1967. Che morreu moço e assim será lembrado, tivesse sobrevivido estaria com setenta e nove anos e não existiria o mito. “Heróis” vivos são humanos demais, padecem de desejos e fraquezas, não inspiram lendas. Já aos mortos cabem as glorias do porvir glorioso que não aconteceu. O mito Guevara começou quando Fidel e seus barbudos desceram as montanhas da Sierra Maestra para assumir a Cuba de Fulgêncio Batista, que fazendo juz ao nome, “fulgiu”. He, He, He, desculpem, mas essa eu não poderia deixar passar. No começo Fidel não era comunista, ou se era não dizia em público. Na luta pela “libertação” até contou com a ajuda dos americanos, descontentes com os rumos da ditadura do aliado Batista. Che esteve sempre ao lado de Fidel e com a vitória assegurada sentiu que seu papel não era o de consolidador da revolução, atividade burocrática que desprezava, mas sim de fomentador de novas revoluções. Depois de constatar o fato pegou a espingarda e saiu a dar tiros. Primeiro no Congo e depois, com um exército digno de Brancaleone da Norcia, “invadiu” a Bolívia, tendo como conselheiro o intelectual “Regis Debray”, que no conforto burguês do Café das Flores escreveu um livro sobre guerrilha. A balela da “teoria do foquismo” lembra as instruções que os craques de futebol dão quando se tornam treinadores. Você dribla um, dribla dois, depois finta o terceiro e faz o gol. O perna de pau ouve com atenção e fica imaginando se o “professor” combinou com os adversários. Debray é o típico intelectual de esquerda de escritório, escreve sem vínculo com a realidade. Seu livro falacioso fez sucesso na América Latina antes de ir para o lixo da história. Há quem afirme que teria delatado Che. Pode ser verdade, mas não teria sido necessário. Contra o charmoso e fotogênico herói havia o Exército Boliviano, a CIA, e o pensamento de desejo dos soviéticos. Che não perdia uma oportunidade de criticar as fraquezas do comunismo. Dizem que quando soube da morte do ex-companheiro Fidel não chegou propriamente a lamentar. Enfim Che era antes de tudo um imprudente, tentou repetir os acontecimentos de Cuba em um teatro hostil num momento histórico diferente e deu com os burros n’água. Como diz o dito popular, quem corre de gosto não se cansa. Che morreu tentando matar o dragão e libertar a mocinha, que logo abandonaria para libertar outras. De batalha em batalha morreu feliz fazendo o que gostava e virou mito por conta das interpretações de seus feitos. Viva Che.
Sidney Borges
Muito se falou de Che Guevara na comemoração dos quarenta anos de sua morte, ocorrida na Bolívia em nove de outubro de 1967. Che morreu moço e assim será lembrado, tivesse sobrevivido estaria com setenta e nove anos e não existiria o mito. “Heróis” vivos são humanos demais, padecem de desejos e fraquezas, não inspiram lendas. Já aos mortos cabem as glorias do porvir glorioso que não aconteceu. O mito Guevara começou quando Fidel e seus barbudos desceram as montanhas da Sierra Maestra para assumir a Cuba de Fulgêncio Batista, que fazendo juz ao nome, “fulgiu”. He, He, He, desculpem, mas essa eu não poderia deixar passar. No começo Fidel não era comunista, ou se era não dizia em público. Na luta pela “libertação” até contou com a ajuda dos americanos, descontentes com os rumos da ditadura do aliado Batista. Che esteve sempre ao lado de Fidel e com a vitória assegurada sentiu que seu papel não era o de consolidador da revolução, atividade burocrática que desprezava, mas sim de fomentador de novas revoluções. Depois de constatar o fato pegou a espingarda e saiu a dar tiros. Primeiro no Congo e depois, com um exército digno de Brancaleone da Norcia, “invadiu” a Bolívia, tendo como conselheiro o intelectual “Regis Debray”, que no conforto burguês do Café das Flores escreveu um livro sobre guerrilha. A balela da “teoria do foquismo” lembra as instruções que os craques de futebol dão quando se tornam treinadores. Você dribla um, dribla dois, depois finta o terceiro e faz o gol. O perna de pau ouve com atenção e fica imaginando se o “professor” combinou com os adversários. Debray é o típico intelectual de esquerda de escritório, escreve sem vínculo com a realidade. Seu livro falacioso fez sucesso na América Latina antes de ir para o lixo da história. Há quem afirme que teria delatado Che. Pode ser verdade, mas não teria sido necessário. Contra o charmoso e fotogênico herói havia o Exército Boliviano, a CIA, e o pensamento de desejo dos soviéticos. Che não perdia uma oportunidade de criticar as fraquezas do comunismo. Dizem que quando soube da morte do ex-companheiro Fidel não chegou propriamente a lamentar. Enfim Che era antes de tudo um imprudente, tentou repetir os acontecimentos de Cuba em um teatro hostil num momento histórico diferente e deu com os burros n’água. Como diz o dito popular, quem corre de gosto não se cansa. Che morreu tentando matar o dragão e libertar a mocinha, que logo abandonaria para libertar outras. De batalha em batalha morreu feliz fazendo o que gostava e virou mito por conta das interpretações de seus feitos. Viva Che.
Sidney Borges
Sunday, October 07, 2007
Ubatuba
Fim de setembro
Na última semana a coisa esquentou em Ubatuba. Sem saber se poderia mudar de partido a maioria dos vereadores permaneceu onde estava, com exceção de dois, Luciana e Jairo, que agora enfrentarão as conseqüências da ousadia. Trabalhando nos bastidores Pedro Tuzino tentou tomar o PTB e se deu mal. Não teve êxito na empreitada e ganhou novos detratores em um universo que cresce à medida que fluem as sandices. É difícil entender como um político pode errar tanto. Dificilmente ele conseguirá ser candidato pelo PSDB, que tem dois na fila, Caribé e Charles Medeiros e um novo postulante, Jija.
Sidney Borges
Na última semana a coisa esquentou em Ubatuba. Sem saber se poderia mudar de partido a maioria dos vereadores permaneceu onde estava, com exceção de dois, Luciana e Jairo, que agora enfrentarão as conseqüências da ousadia. Trabalhando nos bastidores Pedro Tuzino tentou tomar o PTB e se deu mal. Não teve êxito na empreitada e ganhou novos detratores em um universo que cresce à medida que fluem as sandices. É difícil entender como um político pode errar tanto. Dificilmente ele conseguirá ser candidato pelo PSDB, que tem dois na fila, Caribé e Charles Medeiros e um novo postulante, Jija.
Sidney Borges
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